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Após recuperação judicial, Viver retomará lançamentos

29 abr, 2021 | Recuperação Judicial

Outra aposta é atuação no segmento de “ativos estressados”, com retomada de obras e venda de unidades no varejo

Fonte: Valor Econômico – 27/04/2021.

A Viver – primeira incorporadora de capital aberto a pedir recuperação judicial – espera que o processo seja concluído, em breve, e se prepara para a retomada de lançamentos imobiliários, ainda neste ano, se possível. Após o fim da recuperação, a companhia pretende atuar em duas frentes: uma voltada para a incorporação de projetos para a classe média, na cidade de São Paulo, e outra de aquisição de ativos, sociedades de propósito específico (SPEs) ou créditos vinculados a obras paradas.

As condições do plano já foram cumpridas e, a partir de agora, a saída da recuperação depende de trâmites judiciais.

Avaliação da empresa é que incorporação tem mais força na alta do mercado; a prestação de serviços, na baixa

O executivo Ricardo Piccinini assumiu a presidência da Viver, no lugar de Eduardo Canonico, após a Jive Asset Gestão de Recursos se tornar a maior acionista da companhia, no quarto trimestre de 2018, posição que era ocupada pelo fundo Paladin Prime Residential Investors desde 2009. Arthur Marin, diretor vice-presidente de operações, passou a integrar a gestão da Viver no fim de 2019.

A Jive tem hoje participação de 47,7% na companhia, embora não seja controladora. A gestora ocupa um dos cinco assentos do conselho de administração. A Paladin não tem mais ações da Viver.

Sem divulgar metas, a companhia pretende incorporar projetos em bairros da capital paulista, como Mooca, Vila Prudente, Butantã, Santana, Saúde e Praça da Árvore. Há negociações, em curso, para aquisição de terrenos para a nova estratégia. Serão desenvolvidas unidades a serem financiados com recursos de poupança e apartamentos enquadrados como Habitação de Interesse Social (HIS). A faixa de preço médio por m2 será de R$ 6 mil a R$ 11 mil.

No início de 2013, foi a última vez em que a companhia apresentou um projeto ao mercado, no valor de R$ 25,7 milhões. Em 2007, ano em que abriu capital, a Viver – ainda com o nome InPar – tinha lançado R$ 1,52 bilhão.

Quando anunciada em setembro de 2016, a recuperação judicial da Viver gerou muitas críticas e discussões. No modelo apresentado, a companhia propunha a consolidação em plano único de todas as suas 64 SPEs, incluindo as 16 com patrimônio afetado. Bancos e incorporadoras avaliaram que a consolidação substancial não respeitava a necessidade de segregar ativos e passivos prevista nas regras do patrimônio de afetação. O formato acabou não sendo aceito judicialmente. Após muitas discussões, a companhia retirou da recuperação os empreendimentos com afetação. O plano foi aprovado em novembro de 2017.

A recuperação da Viver foi estruturada com base em aumentos de capital para que as ações fossem convertidas para pagamento das dívidas. O total de capitalizações soma R$ 947 milhões, com conversão já realizada de 98% dos créditos habilitados. Para arcar com as dívidas que ficaram fora do plano, a companhia fez dação de ativos. A Polo Capital Management e o Banco Votorantim, por exemplo, foram pagos com terrenos e emissões de ações, enquanto o Santander recebeu a maior parte de seus créditos em unidades.

A recuperação judicial ainda tem como pendência a homologação do acordo fechado entre a companhia e a NPL Brasil Gestão de Ativos Financeiros, referente à SPE Marine, para pagamento da dívida concursal. A NPL comprou a integralidade do crédito detido pelo Banco Pan. Outro ponto ainda não equacionado é a debênture de R$ 210 milhões com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que representa quase a totalidade da dívida da Viver. A diferença de entendimento das partes em relação às garantias da debênture ainda está em discussão, mas esse ponto não trava a recuperação.

No ano passado, a companhia reduziu seu prejuízo líquido em 18%, para R$ 180,8 milhões. A dívida total caiu 26%, para R$ 213,9 milhões em dezembro. No momento do pedido recuperação judicial, seus passivos da Viver somavam quase R$ 1,2 bilhão – R$ 880 milhões previstos no ajuizamento e R$ 300 milhões de dívidas de projetos com afetação.

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