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Recuperação judicial: para algumas empresas, o pior ainda está por vir

27 abr, 2021 | Quist na Mídia

Brasil deve ter alta de recuperações judiciais nos próximos meses por conta da crise e da pandemia

Fonte: Exame – 11/09/2020.

A crise causada pela pandemia ainda pode ter repercussões graves nos próximos meses. Segundo especialistas ouvidos por EXAME, pode haver uma onda de pedidos de recuperação judicial e de falência nos próximos meses e até em 2021.

Por enquanto, as empresas ainda tentam renegociar contratos e adiar pagamentos e se beneficiaram nos últimos meses de medidas como a redução de jornada e salário para funcionários. Por isso, as dificuldades mais sérias devem ser sentidas em alguns meses até chegar ao ponto de insolvência e ser necessário uma intervenção jurídica. 

“Muitos empresários ainda estão se preparando para entrar com pedidos de recuperação judicial. Temos recebido um volume excepcionalmente grande de consultas”, diz em nota Douglas Duek, presidente da Quist, especializada em reestruturação de dívidas e assessoramento de reorganização de empresas em dificuldades.

O judiciário também tem investido em novos grupos e regras de mediação, para ajudar a chegar a um consenso entre as empresas e os credores e evitar um processo judiciário, que pode ser mais caro e demorado. 

Fatores de risco

As companhias que, por conta da crise anterior, entraram no ano altamente endividadas devem sentir mais dificuldades para se reerguer, com liquidez baixa e sem acesso a novas linhas de crédito. Outro grupo de empresas que deve ter mais desafios são as que dependem mais fortemente de importações, como em alguns segmentos de consumo. Com a pandemia, a logística de importação foi prejudicada. Além disso, com o dólar valorizado em relação ao real os custos de importação ficam muito maiores, dizem os especialistas.

Além das dívidas e do câmbio, outro fator de risco é a localização das lojas, no caso de empresas de consumo. As lojas de rua tendem a recuperar vendas muito mais facilmente que aquelas localizadas em shopping centers. 

Setores mais impactados

Entre os diferentes setores, as empresas do mercado automotivo, incluindo fabricantes de peças e componentes, são as mais suscetíveis a enfrentar processos de recuperação judicial e falências, de acordo com levantamento feito Quist Investimentos. O setor foi o que registrou maior queda de faturamento em abril (88,5%) em universo de 10 setores analisados com base em dados do IBGE e indicadores de entidades ligadas à indústria e ao setor de serviços. 

Na análise da Quist, as empresas da cadeia do setor aéreo são as segundas colocadas no ranking de probabilidade de virem a pedir recuperação judicial, com 71% de queda no faturamento em abril, setor seguido por tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), turismo (-54,6%) e serviços de hospedagem e alimentação (-47,7%). 

O levantamento da Quist vê ainda forte impacto da pandemia no setor editorial (43,4% de queda), na fabricação de produtos têxteis (-38,6%), fabricação de móveis (-36,7%), serviços para as famílias (-31,7%) e fabricação de máquinas e equipamentos (-30,8%).

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