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Sem conseguir vender ativos, Saraiva vai pedir mais prazo à Justiça

20 maio, 2021 | Falências, Recuperação Judicial

Empresa não conseguiu encontrar compradores; culpa a segunda onda da pandemia e adianta que vai pedir à Justiça tempo para a realização de um terceiro leilão

Fonte: Publishnews – 18/05/2021.

A Saraiva irá à Justiça pedir mais prazo para a realização do processo competitivo para a venda de parte de sua operação. A varejista previa, no seu plano de recuperação, a realização de duas rodadas na tentativa de vender parte de suas lojas físicas e/ou o seu e-commerce. No entanto, em nenhuma delas houve compradores interessados.

Em nota enviada à redação do PublishNews e cuja íntegra pode ser lida ao fim dessa matéria, a empresa disse que a segunda onda da pandemia atrapalhou a habilitação de interessados. “A Saraiva acredita na viabilidade do Aditivo ao Plano de Recuperação Judicial aprovado e está envidando todos seus esforços para seu cumprimento”, diz o documento.

Nesse segundo leilão frustrado, a empresa esperava levantar R$ 113,5 milhões com a venda de parte de suas lojas ou R$ 90 milhões com a alienação de seu e-commerce.

Relembre toda a história

A Saraiva pediu recuperação judicial em novembro de 2018, alegando dívida de R$ 675 milhões. A aprovação do primeiro plano de recuperação judicial só foi alcançada em agosto de 2019 depois de quatro chamadas da Assembleia Geral de Credores. O plano previa o pagamento de 60% do valor devido parcelado em 15 anos. Os 40% restantes seriam pagos com a geração de excedente do caixa.

Em março do ano seguinte, veio a pandemia que se impôs como um obstáculo para o cumprimento do plano original. Em abril, o administrador judicial alertou que o caixa da empresa havia se deteriorado “de forma significativa”. Na sequência, a empresa foi à Justiça pedir autorização para apresentar um novo plano de recuperação judicial. A justificativa apresentada pela companhia à época é que as consequências da pandemia de covid-19 agravaram a situação da crise econômica colocando a empresa em uma situação de impossibilidade de cumprimento do plano anteriormente aprovado. No pedido, a Saraiva informava que a redução do seu faturamento já tinha resultado inclusive na incapacidade de arcar com os salários de seus funcionários.

Em paralelo a isso, um grupo formado inicialmente por 21 editoras foi à Justiça pedir a devolução de mais de um milhão de exemplares de propriedade dos fornecedores e consignados à varejista. Mais um baque à empresa.

Ao mesmo tempo, a Saraiva intensificou o seu plano de fechar unidades operacionais pouco rentáveis. Em seu relatório mensal de atividades referente ao último mês de dezembro, o administrador judicial informou o fechamento de 37 lojas físicas ao longo de 2020. O número de demissões acompanhou. A Saraiva começou o ano passado com 1.832 funcionários e terminou 2020 com 609 colaboradores ativos.

Em julho, a varejista apresentou o seu novo plano de recuperação judicial, que previa a venda de parte de sua operação como forma de levantar dinheiro para pagar parte dos credores e fazer caixa para se manter. A expectativa inicial era de levantar R$ 277 milhões com a alienação de contratos de aluguel, contratos de trabalho e estoques armazenados em cada uma das lojas. Ao desenrolar dos fatos, a varejista cogitou colocar à venda também o seu e-commerce.

No entanto, os credores não aceitaram bem a proposta da varejista, que optou por suspender por seis vezes a Assembleia Geral de Credores, sabendo que não conseguiriam a aprovação do plano. A aprovação veio só em fevereiro de 2021. O novo plano previa o pagamento de 20% da dívida ao longo de 11 anos ou o pagamento integral a ser quitado só em 2048.

Mas para o cumprimento desse plano era necessária a venda das unidades, o que não aconteceu nenhum dos dois certames realizados até o momento.

Leia a íntegra da nota da Saraiva

A Saraiva solicitará ao Juiz da Recuperação Judicial uma extensão de prazo para a realização de um novo processo competitivo para venda das UPIs, devido aos anteriores terem sido realizados durante a 2ª onda da Pandemia.

A Saraiva acredita na viabilidade do Aditivo ao Plano de Recuperação Judicial aprovado e está envidando todos seus esforços para seu cumprimento.

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