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Como ficam suas passagens e milhas com a recuperação judicial da Latam Brasil?

23 abr, 2021 | Quist na Mídia

Operação segue normalmente, mas especialistas apontam riscos e recomendam evitar a compra de passagens

Fonte: InfoMoney – 09/07/2020.

SÃO PAULO – A Latam Brasil pediu recuperação judicial (RJ) nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (9), pouco mais de um mês após o Grupo Latam e as filiais do Chile, da Colômbia, do Equador, Peru e dos Estados Unidos terem entrado com o pedido de proteção contra falência.

A unidade brasileira se juntou ao processo que já estava em curso em território americano e agora uma única reestruturação será desenvolvida para todas as unidades na tentativa de preservar as operações.

Mas para os consumidores que já compraram passagens ou estão avaliando a possibilidade, a notícia pode ser preocupante e algumas dúvidas surgem: como ficam as passagens? É possível fazer reembolso? Existe o risco de perder as milhas acumuladas no Latam Pass?

InfoMoney contatou a Latam, e especialistas em programas de milhagem para entender como fica a situação a partir de agora. Confira.

Passagens garantidas?

Em nota, a Latam Brasil garantiu que segue operando normalmente e nada muda para o consumidor. A empresa diz estar “comprometida em preservar a continuidade dos negócios à medida que se reorganiza – especialmente em relação a funcionários, clientes, fornecedores, parceiros comerciais e comunidades locais”.

Segundo a companhia, os voos seguem operando normalmente, assim como estão fazendo as afiliadas do Grupo Latam, que já ingressaram no Capítulo 11 (nome dado ao processo de recuperação judicial na legislação americana) em 26 de maio de 2020.

“Serão respeitadas todas as passagens aéreas atuais e futuras, vouchers de viagem e reembolsos, bem como as políticas de flexibilidade e as demais normas vigentes”, disse a empresa.

A Latam Brasil explicou ainda que os funcionários continuarão recebendo os salários e benefícios previstos em contrato e os fornecedores não terão impacto no pagamento de materiais e serviços.

A empresa diz ainda que quando a pandemia começou, entrou na crise como um grupo de companhias aéreas saudáveis ​​e rentáveis, mas as circunstâncias excepcionais causaram um colapso na demanda, interromperam a aviação global e, consequentemente, suas receitas.

Avalie os riscos

Apesar do posicionamento da Latam Brasil, há riscos que devem ser considerados.

Douglas Duek, especialista em recuperação judicial e fundador da Quist, complementa que, como parte do processo, a Latam Brasil deverá informar as decisões do plano de reestruturação em cerca de três meses. “Nesse momento, será possível entender melhor os efeitos práticos do processo para o consumidor. Se a empresa vai ou não incluir os clientes na negociação”, diz.

O que pode acontecer nesse caso é, por exemplo, a Latam Brasil não devolver o dinheiro integral de voos já pagos, que ainda não aconteceram. “É um risco baixo, já que muito provavelmente a empresa vai negociar com investidores e empresas de leasing. Mas a recomendação é evitar comprar passagens da companhia, até que haja um desfecho da situação”, diz.

Se eventualmente algum consumidor enfrentar problemas em reaver o dinheiro gasto, a orientação é buscar o Procon e relatar o ocorrido.

Milhas

Em relação ao programa de fidelidade Latam Pass, a empresa afirmou em nota que “serão respeitados todos os pontos e benefícios do programa Latam Pass, bem como as políticas de flexibilidade e demais normas vigentes”.

De qualquer maneira, o cliente que tem milhas acumuladas fica preocupado neste momento sobre o que fazer com elas, mas, por enquanto, não há motivo para desespero, já que o programa de fidelidade não deixa de ser uma fonte de renda para a empresa.

Entre as alternativas para quem prefere resgatar os pontos e evitar riscos, estão:

a) Resgate de passagens com parceiras: a Latam Brasil tem parcerias com companhias como a Delta, Lufthansa e Iberia.

b) Trocar por produtos e serviços: os pontos acumulados podem ser convertidos, por exemplo, em itens como eletrodomésticos ou crédito para combustível. Ainda que não represente o melhor custo-benefício, é uma opção imediata de garantir a conversão de pontos.

Por fim, ainda há a opção de vender as milhas, mas não é a alternativa mais segura para os consumidores. É preciso tomar cuidado. Neste momento, muitas empresas de intermediação também não estão honrando os compromissos devido à crise. E como as milhas já se desvalorizaram, a venda fica menos vantajosa.

A venda não é autorizada pelo programa de fidelidade, apesar de não ter uma regulamentação legal que proíba a prática.

Por que nos EUA?

Duek explica que realizar o processo de recuperação nos Estados Unidos foi uma decisão estratégica.

“O time que está administrando a situação avaliou onde a empresa teria mais sucesso, já que ela tem essa possibilidade por ser multinacional. O processo exige apoio dos credores na negociação de débitos e muitos deles são americanos. Mas o dia a dia da empresa não muda”, explica.

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