A empresa é mais uma companhia do segmento de ônibus urbanos e rodoviários do Estado do Rio a pedir proteção à Justiça contra credores
Fonte: Valor Econômico – 01/07/2021.
A Viação Cidade do Aço, empresa de transporte de passageiros com sede em Barra Mansa (RJ), entrou nesta quinta-feira com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio.
A empresa é mais uma companhia do segmento de ônibus urbanos e rodoviários do Estado do Rio a pedir proteção à Justiça contra credores depois da eclosão da pandemia no país, em março de 2020.
A disseminação do novo coronavírus reduziu o número de passageiros e fez cair as receitas das empresas, que continuaram a conviver com problemas setoriais antigos, entre os quais estão política tarifária deficitária, aumento de custos, gratuidades excessivas e concorrência informal.
No caso da Cidade do Aço, a dívida concursal listada pela companhia no pedido de recuperação soma R$ 26 milhões, sendo R$ 14 milhões com fornecedores, R$ 6 milhões com bancos e R$ 6 milhões em compromissos trabalhistas. Há mais de mil credores listados no processo, dos quais 910 são trabalhistas.
Em 2019, a empresa faturou R$ 78,8 milhões, tinha 750 funcionários e transportava 600 mil passageiros por mês. Em 2020, o faturamento caiu para R$ 37,1 milhões, o número de empregados foi reduzido para 450 pessoas e o número de passageiros despencou para 310 mil por mês. O faturamento de 2021 deve ser semelhante ao do ano passado.
A Cidade do Aço possui linhas urbanas e rodoviárias, ligando o Sul Fluminense ao município do Rio de Janeiro e aos Estados de Minas Gerais e São Paulo, com garagens na Zona Portuária do Rio, Barra Mansa, Resende, Cruzeiro (SP) e São Lourenço (MG).
Atualmente, a empresa possui 134 veículos (ônibus), dos quais 87 operacionais.
A pandemia é a principal razão para a empresa protocolar o pedido, embora fatores setoriais antigos venham pesando sobre a companhia há mais tempo.
Uma vez protocolado o pedido, a empresa terá 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial.
A Cidade do Aço foi fundada há 70 anos, em julho de 1951, por Geraldo Osório Rodrigues. Em 1972, foi adquirida pelos irmãos Curvello (Ariel, Abelmar e Aldemir). Hoje as ações da empresa pertencem a Aldemir e aos herdeiros dos outros dois irmãos.
