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Le Postiche apresenta plano a credores

15 jul, 2021 | Recuperação Judicial

Varejista em recuperação judicial propõe pagamento de dívidas com deságio de até 70% ao longo de 15 anos

Fonte: Valor Econômico – 14/07/2021.

Fortemente afetada pela pandemia, a Le Postiche apresentou no último dia 26 seu plano de recuperação judicial aos credores. Com R$ 64,6 milhões em dívidas, a companhia está propondo aos credores que nos primeiros 12 meses sejam pagas as dívidas trabalhistas e, a partir daí, o prazo de pagamento a outros credores seja de 15 anos, com deságio de até 70%. A expectativa é de que a assembleia para avaliação do plano ocorra até novembro.

A varejista de bolsas e acessórios tem R$ 3,4 milhões em dívidas trabalhistas com quase 200 colaboradores. Nesse caso, não é previsto deságio. A dívida também se divide em outros dois grupos de credores: R$ 21,1 milhões são com bancos e R$ 29 milhões, com fornecedores. Para essas categorias de credores, há deságio. Mas “credores estratégicos” ou “credores parceiros”, aqueles que seguem mantendo negócios com a empresa, têm melhores condições para receber. Há ainda R$ 11,1 milhões de mútuo (empréstimo de sócio), cujo pagamento acontece após todos credores receberem.

Fundada em 1978 em São Paulo, pela família Restaino, que segue como controladora, a Le Postiche entrou com o pedido de recuperação judicial em abril.

Enquanto esclarece o plano, a companhia também tem trabalhado para ajeitar a casa. Há por exemplo, negociações com locadores, em especial shoppings, para redução de aluguéis a nível mais “palatável” à nova realidade da empresa. No caso dos locadores, foi criada até mesmo uma subcategoria de credores para aqueles que se adequarem às necessidades da empresa.

“Conseguimos colocar a empresa em um ponto de equilíbrio. Não produz mais prejuízo. Desde o pedido de recuperação não precisou pedir empréstimos, as compras são feitas à vista e o nível de estoques está bom”. Nesse período, a companhia fechou 35 lojas. Hoje são 45 lojas próprias e 93 franquias.

Operando com 60% do patamar de antes da pandemia, a empresa diz que o faturamento já é superior. Nos últimos anos, as vendas das lojas próprias giraram em torno de R$ 60 milhões. A expectativa para 2021 é de que cheguem a R$ 90 milhões, mas ainda bem inferior a períodos mais promissores. Em 2017, segundo reportagem do Valor, o faturamento total, incluindo lojas próprias e franquias, foi de R$ R$ 440 milhões. Naquele ano, 220 unidades estavam em funcionamento.

No radar está a retomada do mercado de turismo. A rede prevê que a demanda por malas de viagem se aqueça a partir de setembro. Mais à frente, a venda de mochilas ligada à volta às aulas também é esperada, depois de mais um ano sem aulas totalmente presenciais.

A companhia também considera mudanças na forma de fazer negócios. Hoje só duas lojas são em rua, o que deve ser a nova aposta para inaugurações. E a oferta poderá ir além de malas e bolsas. “Estamos analisando. É importante que tenha uma diversificação de suas atividades, com a operação tendo margem de contribuição mais significativa e com atuação mais digital.” A projeção é de que, estruturado, o canal on-line passe a responder por 20% das vendas.

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