Segundo fontes, fundo teria oferecido R$ 2,4 bilhões por 51% da Brasil PCH, abaixo dos R$ 3 bilhões pedidos pela Renova
Fonte: Valor Econômico – 16/06/2021.
O fundo Mubadala fez uma oferta para comprar a Brasil PCH, pertencente à Renova Energia , que está em recuperação judicial. A informação foi adiantada ontem pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, e confirmada pela Renova em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em dificuldades financeiras, a Renova já tinha planos de vender sua participação de 51% na Brasil PCH como parte de seu plano de reestruturação. Com um portfólio de 13 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) espalhadas pelo país, a controlada é considerada o melhor ativo da Renova e a aposta da empresa para conseguir resolver boa parte de suas pendências financeiras.
Segundo uma fonte a par do assunto, a Renova estaria pedindo R$ 3 bilhões por esses ativos – valor calculado para 100% do negócio, mas o fundo de Abu Dhabi teria oferecido R$ 2,4 bilhões. Mesmo com a proposta firme feita pelo Mubadala, fontes acreditam que a negociação não será fácil porque envolve muitos credores.
Em comunicado à CVM, a Renova informou que “tem conduzido uma série de processos competitivos para a alienação de seus ativos”, e que “a referida oferta, que possui uma série de condicionantes a serem verificadas e analisadas pela companhia, é fruto de um desses processos competitivos”.
Fundada em 2001, a Renova é uma geradora de energia renovável controlada pela Cemig. Entrou com pedido de recuperação judicial em outubro de 2019, logo após as negociações para a venda de um projeto eólico terem fracassado quase às vésperas do vencimento de uma dívida de R$ 1 bilhão com o BNDES. Não é a primeira vez que a Renova tenta vender a PCH Brasil, que já teve a Petrobras como sócia. O Santander assessora a Renova neste processo, depois de duas tentativas frustradas de venda – uma delas para própria Cemig e outra para a Brookfield.
A companhia conseguiu a aprovação de seu plano de recuperação judicial em dezembro do ano passado e, desde então, começou um processo de venda de ativos.
Procurado, o fundo Mubadala não comentou o assunto.