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Saraiva sofre revés em seu plano recuperação judicial. Entenda o que pode acontecer

22 set, 2021 | Recuperação Judicial

A empresa desistiu de vender ativos para pagar credores, após não encontrar compradores para seu domínio na internet e para o restante das lojas físicas, apurou o Valor


Fonte: Valor Econômico – 21/09/2021.

Depois da Ricardo Eletro, que corre o risco de ter sua falência decretada, como antecipou na sexta-feira o Valor, a Saraiva também está tendo que lidar com uma nova pressão em seu plano de recuperação judicial.

A empresa desistiu de vender ativos para pagar credores, após não encontrar compradores para seu domínio na internet e para o restante das lojas físicas, apurou o Valor. A proposta agora é que os credores que escolheram essa opção recebam seus créditos em ações da varejista — a empresa é de capital aberto, mas tem baixa liquidez em bolsa.

Além disso, um credor conseguiu na Justiça mudanças no plano de recuperação da Saraiva. Em maio passado, a credora Infosys recorreu à Justiça para questionar o plano de recuperação judicial da Saraiva, homologado em março.

A empresa de tecnologia apontava eventuais irregularidades no plano, principalmente relativo à uma opção no modelo de alienação de unidades produtivas isoladas (UPI), ou seja de ativos da empresa, e de atualização de créditos dos credores.

Na semana passada, após recurso da credora, a 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu a favor da Infosys e determinou que a Saraiva apresente uma nova proposta em 30 dias, sob pena de decretação da falência da empresa, diz a Câmara no texto.

A empresa está avaliando a decisão para ver se há necessidade de ajustes.

O ponto central é que representantes da rede já tinham submetido à Justiça um novo aditivo ao seu plano, semanas atrás, sem considerar mais a venda de ativos, por conta da falta de interessados. A companhia tentou vender, por meses, o seu domínio na internet (www.saraiva.com.br) por pelo menos R$ 90 milhões ou as lojas por R$ 113,5 milhões.

Com dívida informada no processo de R$ 675 milhões (sem incluir débitos pós pedido de recuperação), a companhia deu entrada em um pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo em novembro de 2018.

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